quarta-feira, 18 de julho de 2012

Bate-Papo Literário com Regina Drummond



Boa Tarde galerinha, no bate-papo de hoje, uma de nossas parceiras, a autora Regina Drummond. Ela fala um pouco sobre sua trajetória na mundo literário e seus futuros projetos, espero que gostem! ;)


Regina Drummond

Primeiro gostaria de saber como começou essa paixão pelos livros e pela vontade de colocar suas ideias em prática?

RD: Eu nasci no meio dos livros. Desde que a minha memória alcança, vivi rodeada de livros: todos na minha família, tanto do lado do meu pai quanto da minha mãe, tinham grandes bibliotecas em casa. E ficavam falando nisso: Qual o livro que vc está lendo? Você já leu o livro X? O que achou do livro Y? E vai por aí afora... Desde pequena, as pessoas da minha família (e aí incluo principalmente as tias Drummond, irmãs do meu pai) davam importância ao que eu dizia e escrevia. Conheci muitos escritores pessoalmente e ficava fascinada por eles, gente considerada muito inteligente. Acho que foi tudo isso que me deu vontade de ser escritora também.


Você se inspira em algum autor quando vai escrever? Qual?
RD: Somos a mistura de tudo que vimos, ouvimos, lemos, pensamos etc, de modo que reconheço o legado que todos os autores que li deixaram em mim como herança. Mas se eu fosse me inspirar em algum deles, estaria simplesmente copiando - e isso não vale. Os autores novos devem buscar sempre o seu próprio estilo. Este, uma vez encontrado, vai durar para sempre e vai “marcá-lo” como um bom autor. Assim, a resposta é não, não me inspiro em nenhum autor. Mas de fato usarei o que cada um deles me deu, fazendo um coquetel de referências, citações, ideias etc, para criar algo novo e que é só meu.


Você tem esse dom da escrita no sangue, sendo sobrinha do maravilhoso Carlos Drummond de Andrade não é? Me fala como é ser sobrinha do grande Carlos Drummond?
RD: Nem sempre é vantajoso ter um grande autor na família, porque as pessoas gostam de ficar comparando... Felizmente, escrevo literatura infantil e juvenil, de modo que escapei dessa! E nem dá pra comparar, o Carlos é um gênio! Mas o nome me dá um presente maravilhoso: faz com que as pessoas se lembrem de mim. Claro que o conheci pessoalmente, mas, infelizmente, nunca convivi com ele. Primeiro, porque ele morava no Rio e eu em Belo Horizonte. Segundo, porque ele era o que em Minas chamamos de “bicho do mato”, quer dizer: não era uma pessoa muito sociável. Ele gostava de ficar no canto dele, lendo e escrevendo, nada de muita agitação, menos ainda se tivesse de viajar. Poucas vezes ele foi às festas da família. Se saísse, ia encontrar os amigos literários, no Rio mesmo. Quando eu tinha 19 anos, me casei e fui morar em Porto Alegre – mais longe ainda. E então ele morreu... Minha tia Pitú conviveu bastante com ele e foi por ela que fiquei sabendo muitas histórias do Carlos. Por outro lado, o trabalho dele sempre me fascinou. Estou permanentemente relendo sua obra e me encantando ainda mais.


Qual é o seu livro predileto?
RD: Xi, a lista iria encher muitas páginas! Tenho vários autores prediletos, vários livros prediletos, e a esses vão sempre se somando outros... Mas a verdadeira paixão é a literatura francesa. Até hoje, acho que a França está na vanguarda do mundo, sobretudo quando o assunto é “pensar”, ter ideias novas. Ontem mesmo, li uma matéria fascinante: o governo francês está fazendo um projeto para erradicar a prostituição do país. Isso não é maravilhoso? E as ideias são muito lúcidas e práticas, nada de “mais do mesmo”, sobretudo daquele que a gente sabe que nunca deu certo...


Você tem alguns projetos para serem lançados nesse ano? Se sim, qual?
RD: Este ano terei 25 livros novos em 6 editoras. É uma loucura, mas eu adoro tudo isso. Não dá pra falar em todos, porque ficaria até chato, mas quem tiver interesse, pode ver na minha homepage.


Qual dos seus trabalhos que quando você colocou a última frase você teve a certeza de que esse iria fazer sucesso?
RD: Eu adoraria ter uma certeza dessas, mas a verdade é que a gente nunca sabe o que vai acontecer depois que colocou o ponto final numa obra. Mesmo porque, esta é apenas a primeira parte de muitas outras. Muitas revisões virão, depois a parte editorial, em seguida, a gráfica, e então entra a distribuição. Não parece, mas esta é importantíssima: uma bela obra pode se perder, se não for bem distribuída. Mas é claro que eu sonho que todas vão fazer muito sucesso. Caso contrário, nem as escreveria.


Você já escreveu peças infantis, não foi? E você também até atuou em alguma delas, como foi interpretá-las?
RD: Foi uma delícia! Eu tinha um sonho secreto de ser atriz, mas um dia entendi que são duas carreiras e eu precisaria escolher uma delas. O resultado todo mundo conhece... Ainda escrevo teatro, mas, infelizmente, não dá pra dizer que seja algo fácil, no Brasil, por isso, anda muito devagar. Já tive livros que foram adaptados para o teatro e posso dizer que “O Passarinho Rafa” foi o que fez mais sucesso, mas eu não atuei nem como adaptadora nem como atriz.


Quando você decidiu sair do Brasil pra ir morar na Alemanha? E por quê?
RD: Em 1998, conheci um alemão que estava em SP a trabalho. Foi uma paixão avassaladora. No ano seguinte, vim morar com ele em Munique, pouco depois nos casamos e esta é a minha história. Pode parecer fantástica, mas o que mais encontro aqui é brasileira que conheceu um alemão, se apaixonou, se casou e veio morar aqui...


Como você descreve os seus livros?
RD: São mais de 80 livros prontos e muitos outros textos já escritos em fase de produção – isso torna a sua pergunta muito difícil de responder. Um autor vive “fases” e posso dizer que estou vivendo uma fase de literatura fantástica que está sendo uma delícia.


O que te faz feliz na profissão de escritora?
RD: Muitas coisas. Mas talvez a maior delas seja imaginar que, com a minha escrita, posso levar uma pessoa a refletir e até mesmo enveredar por outros caminhos, inclusive na sua vida pessoal, transformando-se. E o melhor é que isso pode acontecer entre gargalhadas, enquanto ela se diverte. Esta é, sem dúvida, uma alegria muito especial.


Em quais redes sociais podemos encontrar Regina Drummond?
RD: Facebook, com certeza. Está todo mundo lá. Já faz tempo que nem visito meu Orkut e para o Twitter, decididamente, não tenho tempo. De qualquer maneira, meus leitores podem sempre mandar um e-mail, que eu respondo. Faço questão de responder todos os e-mails que recebo.


Qual conselho você daria pra quem esse sonho, de começar a escrever?
RD: Leia, leia muito, leia muito literatura de qualidade. E escreva muito também. Escrever se aprende escrevendo. Não desanime se não conseguir publicar logo de cara - é assim mesmo, é difícil, mas a gente precisa acreditar no próprio talento.


Vou deixar esse pequeno espaço pra você deixar um recadinho para os leitores do blog.
RD: Como é um blog de quem gosta de ler para quem também gosta de ler, a única coisa que me resta dizer é: Ler é mesmo uma delícia! Vamos ler cada vez mais!


Obrigada pela entrevista Regina e pela parceria também. Valeu pela confiança.
RD: Eu é que agradeço a oportunidade! Beijos.


E então, gostaram da entrevista? Querem saber mais sobre a Regina? Acesse o site dela Regina Drummond!


Próxima semana tem mais bate-papo literário pra vocês :)

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XOXO

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